8 de dez. de 2008

Scarface - Emeritus



Um dos maiores emcees a sair do Sul dos EUA, Scarface está de volta, pronto para seu último ato. Membro do lendário grupo Geto Boys e com 20 anos de carreira, Face anunciou o fim de sua carreira solo com o lançamento do álbum Emeritus. Diga-se de passagem, o nome do disco não poderia ser mais apropriado: emérito é um título recebido por professores aposentados que se destacaram durante a carreira.
E, mesmo nesta despedida, Scarface continua ensinando os mais jovens com seu impecável lirismo, compilando histórias sobre seu bairro e sabedoria de rua. Apesar de, em recentes entrevistas, ele ter mostrado certo desânimo com o Rap, isso não é nem um pouco perceptível no álbum. A voz grave e o flow passional continuam lá, firme e fortes, enquanto ele passeia pela diversidade de beats do disco.High Powered, o primeiro single, tem potencial radiofônico, com seu loop meio sintetizado e refrão raggamuffin, embora as letras sejam típicas de Face, que ainda aproveita para atacar o desafeto Lil Troy. Can't Get Right, com participação de Bilal no refrão, mostra o lado mais político de Face, algo que pode ser verificado também no clipe da música. Forgot About Me tem um sample vocal espetacular no refrão, enquanto a batida quebrada e simples revela-se perfeita para os convidados Lil Wayne e Bun B rimarem. O primeiro usa algumas metáforas infantis, mas é o veterano do UGK que se destaca, enquanto Face resume tudo com seus primeiros versos:"Eu sou tão verdadeiro e tão durão quanto os outros(...) / eu sou um gangsta original, eu te digo como faço / eu pego os caras no pulo quando eles vêm de conversa fiada(...) Nunca esqueça de onde eu vim, filho / eu sou respeitado nas ruas que comando".Outros destaques são Who Are They, que junta Face Mob a outra lenda do Sul, o emcee K-Rino; High Note tem um beat bem soul, com strings destacadas, enquanto Soldier Story conta com ótima performance de Z-Ro cantando o refrão. Por fim, Emeritus, a última faixa, mostra novamente as rimas hardcore de Face sobre uma batida suingada.Com um trabalho sólido do começo ao fim, Scarface despede-se de sua carreira solo de maneira bastante honrada. Talvez tenha faltado aquela faixa espetacular, para alavancar o disco e marcar de vez a despedida, ou então uma participação dos velhos amigos de Geto Boys, Willie D e Bushwick Bill. De mais a mais, Face mostra uma característica em falta atualmente: ele aposenta-se do jogo tão verdadeiro a sua raiz quanto em seu primeiro álbum: nada de tentativas pop, nem super hits. Apenas rimas fortes, verdadeiras, cruas. E isso foi o bastante para levá-lo ao Hall da Fama.

Scarface - Emeritus

01. Intro (feat. J Prince)

02. High Powered (feat. Papa Rue)

03. Forgot About Me (feat. Lil Wayne & Bun B)

04. Can´t Get Right (feat. Bilal)

05. Still Here (feat. Shateish)

06. It´s Not A Game

07. Who Are They (feat. K-Rino & Slim Thug)

08. Soldier Story (feat. Z-Ro)

09. Redemption

10. High Note

11. We Need You (feat. Wacko Of UTP)

12. Unexpected (feat. Wacko Of UTP)

13. Emeritus

14. Outro


Artista mais tocado no Brasil em 2007, rapper Akon rima pop e hip hop



RIO - Dono de uma das carreiras mais sólidas do hip hop, Aliaune Thiam, conhecido como Akon, começa a consolidar seu nome como produtor musical – o cantor senegalês está por trás das tentativas de restauração das carreiras de dois ícones do pop, a boy band New Kids on the Block e Michael Jackson. Com mais de 150 aparições como convidado de outros artistas, sua abarrotada agenda ganhou um convite que, mesmo que atrapalhe a divulgação de seu terceiro álbum, o recém-lançado Freedom, não pôde ser rejeitado: o rapper está entre os produtores da volta do No Doubt, grupo americano de pop rock que vendeu quase 30 milhões de cópias entre 1987 e 2004. O retorno da banda está programado para 2009.– É ótimo que eles tenham acertado uma volta. Sempre é bom estar por perto. Gwen Stefani tem muito carisma e é talentosa. Faço questão de trabalhar nesse projeto - adianta ao Jornal do Brasil, de Los Angeles, Akon, que já duetou com a vocalista do No Doubt na carreira solo da loura, além de ter saído em excursão (a The sweet escape tour) pelos EUA com ela no ano passado.No Brasil, Akon é mais conhecido por sua própria voz: foi o artista mais tocado em rádios brasileiras no ano passado, com quatro músicas entre as 100 mais executadas, mesma quantidade de Ivete Sangalo. Depois de alçar Don't matter, Smack that, I wanna love you e Sorry, blame it on me ao panteão do rap cantarolável, o senegalês celebra o feito longe de casa.– Nem sei o que dizer, só posso agradecer aos brasileiros – diz Akon. – Não tenho uma fórmula. Apenas faço minha música: crio e experimento algumas batidas para depois encaixar as letras.Como não poderia deixar de ser em um lançamento do hip hop, Freedom apresenta seis faixas com convidados, entre eles os vocalistas Young Jeezy e Lil Wayne, em I'm so paid; e Wyclef Jean, ex-membro do The Fugees, que canta em Sunny day.– Lil Wayne é o melhor rapper dos últimos anos – atesta, amparado pelas oito indicações do parceiro ao Grammy 2009. – Conheço o cara há muito tempo, quase há uma década. Com o Wyclef a proximidade é ainda maior. Há mais de 15 anos colaboramos um com o outro.Por quais motivos, se comparado aos outros estilos, o hip hop traz tanta divisão de tarefas entre os artistas?– Todos estão sempre juntos. É algo tradicional no universo do rap e do r&b. Concordo que algumas colaborações são meio forçadas. Isso acontece. Tem que haver conexão entre os artistas. É uma pena que às vezes exagerem.A expectativa que Akon nutre sobre sua contribuição no retorno do No Doubt remete ao que já havia sentido em relação ao disco The block, que o New Kids on the Block lançou este ano. Ele gravou e foi o co-autor da música Put it on my tab.– Foi incrível trabalhar com o grupo. Eu escutava muito quando era mais novo – lembra.Filho do jazzista Mor Thiam, Akon nasceu em Dakar, no Senegal, e se mudou para Nova Jersey quando tinha sete anos. Para ele, o fato de ter vivido na África o diferencia dos outros nomes do rap.– Definitivamente é uma vantagem. Em vez de ter ligação apenas com a história dos Estados Unidos, junto culturas distintas em meu som e isso faz toda a diferença.Via.


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